União das Famílias Atípicas de Vera realiza 2º Encontro promovendo a conscientização sobre o Autismo

por Elizeu Teixeira publicado 28/04/2024 17h50, última modificação 06/05/2024 08h20
O primeiro encontro aconteceu em abril do ano passado e teve a presença de profissionais da Associação Amigos do Autista (AMA) de Sinop.

Voltado à conscientização das pessoas e a partir daí a inclusão, a União das Famílias Atípicas (UFA) de Vera-MT promoveu na noite do sábado (27/04) na Câmara Municipal de Vera, a segunda edição do Encontro, que foi realizado no modelo Roda de Conversa, de maneira que o público em geral pudesse a qualquer momento interagir com os profissionais especialistas no assunto.

Neste ano, o evento teve a presença de profissionais da Anjos Clínica Integrada ABA, sendo a terapeuta ocupacional Tessa Anjos, as psicólogas Juliana Dias e Keila Souza; e a fisioterapeuta Lara Andrade.

Além delas, também estava presente a psicóloga escolar Kacielly Rodrigues e professora pedagoga com especialização em educação especial e inclusiva, Eliana Cláudia Barrientos, ambas servidoras efetivas da rede municipal de educação de Vera.

Iniciando com a definição do que é o AUTISMO, Tessa Anjos abriu a explanação explicando que é um conjunto de sintomas, características ou situações, e por isso não se pode simplesmente dizer que a criança é autista porque tem dificuldade com a fala por exemplo, ou com uma ou duas outras características.

Na plateia, Herbert Fernandes expôs sua situação com o filho de três anos que recebeu o diagnóstico ao nascer, e aconselhou: “Tenho amigos que têm filhos autistas, e têm vergonha disso, mas isso é um erro, pois quanto mais cedo você começar a tratar, mais cedo ele vai evoluir, como meu filho que tem três anos e já melhorou várias coisas que tinha antes”, completou.

A psicóloga Juliana Dias, destacou que hoje não há estudos que mostram que um autista saiu do espectro, ou seja, deixou de ser autista, segundo ela o que existe é a intervenção precoce, onde se começa o tratamento ainda nos primeiros meses de vida, e isso vai fazer com que ela desenvolva habilidades que a façam ter um convívio e uma qualidade de vida melhor.

“Hoje na clínica a gente tem criança de um ano (de idade), mas há cinco anos atrás não existia isso, chegavam crianças pra gente, de três, quatro anos, hoje em dia um diagnóstico aos quatro anos é tardio”, explicou a Psicóloga.

Os temas propostos pela UFA foram debatidos com muitos detalhes, mas pra além disso, também foram respondidas questões como a do seu Herbert, relacionada ao gosto do seu filho pela cor azul e por animais.

Isso segundo as especialistas, se trata do hiperfoco, onde o autista acaba focando muito em uma cor, em um animal, um elemento, essa é uma das características do autismo, mas que pode se alterar naturalmente ou com os tratamentos em clínica, e, pode ser utilizado pra regular a aprendizagem da criança na escola, trazendo na medida certa o elemento em que ela tem hiperfoco para auxiliar na concentração.

Foi falado sobre os níveis de autismo que podem ser: nível 1, onde o autista precisa de um suporte mínimo para situações do dia a dia; Nível 2, onde o autista precisa do apoio de alguém para várias tarefas e o nível 3, onde o autista é dependente de alguém para várias tarefas e provavelmente todas.

Na questão das diferenças para se realizar o diagnóstico do autismo nas meninas, elas esclareceram que o que se tem de estudos é que quando criança, as meninas conseguem lidar melhor com os genes do autismo, isso em níveis baixos, mas ai ao chegar na adolescência pode haver a dificuldade para desenvolver questões como a sociabilidade etc. Já em níveis moderados e altos acabam tendo a tendência de ser mais extrovertidas, enquanto os meninos são mais introvertidos.

Os temas abrangeram muitas situações dentro do que se propôs o tema geral do encontro (CONSCIENTIZAÇÃO), e todos os especialistas agregaram muito conhecimento, para mostrar que o autismo tem tratamento embora não seja curável, e que são muitos os sintomas, características e situações que definem a pessoa com autismo, não se pode estereotipar.

Também foi tratada a questão da observação na rede educacional pública, a professora Eliana e a Psicóloga Kacielly utilizaram as suas experiências na escola infantil para agregar informações nos tópicos abordados na terapia clínica, mas pra além disso, elas explicaram sobre o seu papel no ambiente escolar e as diferenças para o tratamento clínico.

Elas explicam que desenvolvem um trabalho na sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE) onde existe um grupo de professores e a psicóloga educacional, e o papel  é o estudo de caso com os alunos, para que possam ser encaminhados para o tratamento clínico, pois é no ambiente escolar onde a criança começa a se socializar com diferentes, e ai aparecem alguns sinais que não aparecem em casa, pois o convívio é diferente e muito específico então as veses não propicia essa descoberta que pode iniciar e levar ao diagnóstico.

Ao final a mediadora e idealizadora do projeto UFA, Renata Veríssimo agradeceu a todas as pessoas presentes e também às especialistas, por compartilharem tanto conhecimento.

Ela fez questão de relatar como aconteceu o contato para que a Clínica ANJOS pudesse estar presente. Disse que a foi através da fisioterapeuta Lara Andrade, que apareceu a oportunidade de parceria.

Emocionada relatou que o trabalho é grande e difícil, mas que quando recebe palavras de incentivo é como se fosse um abraço, e foi assim nas palavras de Lara numa mensagem.

“Eu já estava pensando em alguma outra coisa pra apresentar aqui, e a Lara me mandou mensagem parabenizando pela abertura do CENTRO DO AUTISTA quando eu vi já perguntei se podia falar com ela no whatsapp, aí expliquei que ia ter esse encontro, e dali umas horas ela me mandou outra mensagem dizendo: já está todo mundo com roupa de ir, ou algo assim, na hora eu me emocionei e mandei mensagem pra Aline”, relatou Veríssimo agradecendo a disponibilidade de toda equipe da Clínica Anjos.

“Acredito muito que pra tudo há um propósito então se estamos aqui hoje é porque Deus quis que estivéssemos aqui hoje. Agradeço muito à Renata, ela até disse que a gente é uma inspiração pra ela, fico muito feliz em ouvir isso, e que a gente busque ser melhor todos os dias pra que o outro veja nós como um exemplo”, disse Lara.

Wilma Aline reiterou os agradecimentos e destacou as profissionais da Educação de Vera, a Psicóloga Kacielly e a Prof. Eliana, “quero agradecer a professora Eliana, nossa professora querida, a gente adotou ela como professora do coração”, destacou.

 

Para mais informações:

UFA no Instagram:  @ufavera 
Anjos Clínica Integrada ABA no Instagram:   @anjosclínicaaba   – fone 66 99909-8100 

Professora Eliana no Instagram:  @elianac.b.vaz 

Psicóloga Kacielly no Instagram:  @kaciellylucena